Covid -19 e Saúde Cardiovascular

8 de maio de 2020
Autor Dr. Luiz Claudio Mendes Carvalho

O ano de 2020 começou de forma atípica, desde que a Organização Mundial de Saúde decretou em 30 de janeiro estado de Pandemia pelo Covid-19.

A origem desta pandemia, foi a na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019, onde foi detectado um novo tipo de coronavírus que não havia sido identificado antes em seres humanos.

No mundo existem alguns tipos de coronavírus, que até as últimas décadas, raramente causavam doenças mais graves em seres humanos do que o resfriado comum, porém o SARS CoV-2 como é chamado o novo coronavírus, vem acometendo a população com quadro de infecções respiratórias, pneumonia viral e em casos mais graves insuficiência respiratória, síndrome da resposta inflamatória sistêmica ( sepse ) e múltiplas disfunções orgânicas.

As manifestações clínicas são amplas e podem variar desde sintomas de resfriado até pneumonia grave. Os principais sintomas são: febre, tosse seca, cansaço e dificuldade para respirar; porém sintomas como dor no corpo, confusão mental, dor de cabeça, dor de garganta, congestão nasal e dor no peito também podem estar presentes.

É sabido que o modo de transmissão é de pessoa a pessoa e preferencialmente por gotículas ou aerossóis, sendo o período de incubação entre 2 a 14 dias. Além disso o vírus tem alto potencial de transmissibilidade e letalidade entre 2% e 3,5%, sendo maior em pacientes mais idosos e portadores de outras doenças crônicas. Nos casos mais graves, a taxa de letalidade pode ser superior a 50%.

E afinal, qual a relação da Síndrome do Covid-19 com o coração ? Estudos recentes demonstram que pacientes com doenças cardiovasculares apresentam letalidade em torno de 10,5% e a interação entre o Covid-19 e o sistema cardiovascular aumenta a morbidade e mortalidade, devido a disfunção do músculo do coração.

Devido a alta atividade inflamatória da Covid-19, os pacientes podem evoluir com quadros de miocardite (inflamação do músculo cardíaco), miocardiopatia por estresse, arritmias, infarto do miocárdico e falência do músculo cardíaco (choque cardiogênico). Outro ponto a ser evidenciado é que pacientes com doença cardiovascular prévia, podem apresentar uma reserva miocárdica comprometida e sua associação com a atividade inflamatória intensa causada pelo coronavírus contribui para evolução clínica desfavorável.

Sendo assim pacientes portadores de doenças cardiovasculares encontram-se no grupo de populações vulneráveis e devem ter precauções redobradas neste período de quarentena.

Desta forma, a recomendação para pacientes cardiopatas é que:

• Mantenham o uso regular de suas medicações
• Façam atividades físicas regulares , aulas online são recomendadas
• Mantenham a dieta equilibrada
• Mantenham-se hidratado
• Tenham uma boa noite de sono
• Evitem o excesso de bebidas alcóolicas
• Evitem contato com pessoas com tosse ou resfriadas
• Mantenham seus contatos socias, via internet , telefone ou redes sociais
• Limitem o consumo de informações sobre a doença e procurem fontes confiáveis
• Lavem as mãos frequentemente
• Utilizem máscaras faciais
• Fiquem em casa.

Finalizando, é importante salientar que as doenças cardiovasculares, principalmente o Infarto Agudo do Miocárdio, não respeitam a quarentena e em caso de sintomas como dor no peito acima de 20 minutos, falta de ar , cansaço e suor frio, é fundamental procurar o hospital mais próximo, pois o retardo do tratamento ou não tratamento podem ser fatais ou deixar sequelas graves no coração.

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