Tireóide e Coração

25 de maio de 2020
Autor Dr. Luiz Claudio Mendes Carvalho

Na prática clínica, durante a consulta cardiólogica, nos deparamos com pacientes portadores de distúrbios da tireóide e muitos acham que tais distúrbios não afetam a saúde do coração, porém é preciso ficar atento com os riscos que as alterações tireoidianas levam ao sistema cardiovascular.

Sendo assim, precisamos falar sobre o que é a tireóide e qual a sua função em nosso organismo. A tireóide é uma pequena glândula, em forma de borboleta, que fica localizada na parte da frente do nosso pescoço, logo abaixo do chamado “Pomo de Adão” e tem como função a regulação de orgãos importantes como o coração, o cerébro, o fígado e os rins através da secreção dos chamados hormônios tireoidianos, que quando estão sendo secretados normalmente garantem o equilíbrio metabólico e funcional de nosso organismo.

O desequilíbrio da tireóide pode levar a glândula a secretar mais ou menos hormônios, ou seja, quando os hormônios estão em níveis mais elevados, a tireóide acelera o nosso organismo e quando os hormônios estão em níveis mais baixos, o efeito é uma desaceleração de nossas funções orgânicas.

Em nosso coração os hormônios tireoidianos possuem ações diretas e indiretas, influenciando por exemplo na frequência cardíaca e na força de contração deste orgão. No caso de hipertireoidismo, que é causado pelo excesso de hormônio tireoidiano, os sintomas mais frequentes são a palpitação, as arritmias e sensação de cansaço, pois este excesso hormonal leva ao aumento do trabalho cardíaco, causando desgaste e dilatação do coração, e em última instância a uma condição clínica chamada de insuficência cardíaca.

Já quando falamos em hipotireoidismo, ou seja, a diminuição dos níveis de hormônios tireoidianos, ocorre uma lentificação de nosso organismo e as implicações para o coração são o aumento de risco para infarto do miocárdio, elevação do colesterol, aumento do risco de desenvolvimento de doenças coronarianas, além de diminuir a resistência de nosso organismo aos esforços físicos.

Outro ponto a ressaltar, é que muitas vezes, em tratamentos para emagrecimento, são prescritas fórmulas manipuladas que incluem hormônio tireoidiano em seus componentes e dependendo da dosagem, pode ocasionar um hipertireoidismo farmacológico, levando a uma aceleração do metabolismo com sobrecarga do coração e aumento de risco para o desencadeamento de arritmias cardíacas e até mesmo infarto do miocárdio.

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Dr. Luiz Claudio Mendes Carvalho

Cardiologia Clínica e Intervencionista

Membro da Titular da Sociedade Brasileira de Cardiologia

Membro Titular da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista

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